
Existe na internet um fenômeno chamado "troll", basicamente, um "trote". O troll mais clássico é emitir opiniões polêmicas com o objetivo de "ver o circo pegar fogo", ou dizer qualquer coisa, desde que cause tumulto. Uma das regras da internet é "não alimente os trolls" (em alusão ao aviso "não alimente os animais") e essa recomendação existe porque trolls vivem da atenção que recebem, afinal, o objetivo deles é justamente causar polêmica. Se o objetivo do perfil @SophiaOfDreams era "trollar" ao criticar nordestinos, ele conseguiu executar com êxito a sua missão.

O fake (perfil falso) "Sophia Fernandes" falou mal de piauienses, cearenses, baianos, e etc, desde a noite da última quarta-feira (07/12), revoltou milhares de internautas e (pasmem!) ainda ganhou 30 mil seguidores no Twitter. Mas "ela" acabou dando pistas de que não existia quando mostrou não ter medo da repercussão de seus atos, dizendo-se "protegida" contra uma possível investigação policial.

O Linha Defensiva encontrou o perfil da verdadeira dona das fotos que foram utilizadas no troll. Publicamente, ela afirmou não ter nenhuma relação com o fake, bem como já ter registrado um boletim de ocorrência sobre o caso.
A reação dos internautas ao incidente – o fake foi denunciado por xenofobia mais de 8000 vezes – acaba incentivando quem controla esses perfis. O caso repercutiu em inúmeros sites, fóruns, blogs e redes sociais. No Facebook, foi criado (além de uma página denominada "Detestamos a Sophia Fernandes") um perfil da tal Sophia, dizendo que ela estudava na PUC-RS. No entanto, seu nome não consta em nenhum listão de aprovados da faculdade e seu endereço simplesmente não existe. Os dados da escola de ensino médio também eram falsos, mas isso não impediu dezenas de compartilhamentos "denunciadores" no Facebook. Na madrugada de sábado (10), o perfil "Sophia Fernandes" no twitter foi hackeado e os invasores trocaram a imagem de plano de fundo por uma frase: "Perfil HACKEADO! Motivo XENOFOBIA" (ver primeira imagem do artigo).
Pegadinha do malandro
A maior lição que podemos tirar dessa história é a mesma que vem sendo divulgada há anos nas comunidades da internet: "NÃO ALIMENTE OS TROLLS". É triste a imagem que ficará do Rio Grande do Sul e desta jovem que teve suas fotos usadas indevidamente pelo fake e por todos aqueles que se indignaram com o que viram.
É preciso tomar cuidado ao repassar tais informações, visto que alguns mal-entendidos podem não vir a ser remediados. É interessante lidar com tais problemas de forma privada - e não sair compartilhando tudo em redes sociais, "pedindo justiça". Pois, caso seja um troll, você será apenas mais um a cair na "pegadinha do malandro".