
A vacina desenvolvida pelo Centro Nacional de Biotecnologia da Espanha se chama MVA-B e foi testada em 30 voluntários saudáveis, 24 receberam o tratamento com a vacina e outros seis receberam um placebo. Os testes estão na primeira fase e, além dos 90% dos voluntários terem desenvolvido uma resposta imune ao vírus, 85% deles mantiveram esta resposta durante, pelo menos, um ano.
O sucesso do tratamento tem como base o fato de que o sistema imunológico pode ser treinado para responder a partículas do vírus e células infectadas.
Segundo o professor Mariano Esteban, o pesquisador responsável pelo desenvolvimento da vacina, o processo com a MVA-B funciona como "mostrar uma foto do HIV para o sistema imunológico, para que ele seja capaz de reconhecê-lo ao encontrá-lo no futuro".
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Linfócito atacado pelo HIV (representado em vermelho) |
"O organismo está repleto de linfócitos, cada um programado para lutar contra uma patogenia diferente. É preciso submetê-los a um treinamento quando se trata de uma patogenia que não podem vencer naturalmente, como é o caso do HIV. A vacina MVA-B provou ser tão potente como qualquer outra vacina em estudo atualmente, ou ainda mais!", disse o cientista.
Mas, apesar do otimismo, os médicos envolvidos nos testes recomendam cautela.
"Os resultados precisam ser encarados com cautela, já que o tratamento só foi feito em 30 voluntários e, ainda que estimulem uma resposta potente na maioria dos casos, é cedo para prever se as defesas induzidas pela vacina vão evitar a infecção", disse o médico Felipe García, responsável pela equipe de pesquisa da vacina no Hospital Clínic, em Barcelona.
Fonte: BBC/Brasil
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